Produtores conhecem benefícios da integração de gado de leite com florestas

Produtores conhecem benefícios da integração de gado de leite com florestas

Cerca de 80 produtores da região de Terra Roxa/PR, participaram em 22/11 de um dia de campo sobre sistema silvipastoril, uma das estratégias de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O evento aconteceu na propriedade de Gilmar Munhão que, junto com um vizinho, tem 13,8 hectares de eucalipto com gado de leite implantados em 2013.

O produtor atesta os benefícios do sistema: “antes, se você soltasse o animal aqui, na hora do sol quente, iam procurar a única árvore que tinha e não comiam o pasto. Hoje, você solta e eles se espalham pelo pasto. O lucro com o primeiro desbaste também foi compensador”, relata Munhão. “Além disso, notamos uma redução de infestação de moscas e carrapatos”, completa.

O produtor rural Yoshio Konno já trabalha com sistema silvipastoril e atesta os benefícios: “o bem-estar animal hoje é muito importante para a produção e é perceptível a diferença entre os animais que são criados no sistema silvipastoril e no sistema antigo. Produz mais, tem bem menos problema de mastite, casco, produção. É um sistema que tende a crescer entre os produtores de leite”. Konno buscou no dia de campo informações sobre como dar continuidade ao sistema quando as árvores atingem o ponto de colheita final. “Não posso eliminar as árvores e ficar sem a sombra, então vim pegar orientações de como fazer. O produtor rural hoje tem que buscar conhecimento. Não pode ficar parado no tempo”, atesta.

Na estação que abordou a produção de madeira, o engenheiro agrônomo e analista Emiliano Santarosa, da Embrapa Florestas, e o coordenador estadual de produção vegetal da Emater/PR, Amauri Ferreira Pinto, orientaram os produtores sobre os benefícios do sistema e os cuidados que precisam ser tomados. “Quando o sistema é implantado, são necessários alguns cuidados, como o plantio em curvas de nível visando a conservação do solo e água, a utilização de espaçamentos e arranjos recomendados pela pesquisa e realizar o manejo correto das árvores, como a adubação e a proteção do renque de plantio com cerca elétrica, para evitar possíveis danos do gado sobre as mudas”, orienta Santarosa.

Depois, práticas como desrama (poda) e desbaste ajudam no manejo do sistema, de forma que as árvores não prejudiquem o desenvolvimento da pastagem e continuem proporcionando o conforto térmico aos animas. Ainda segundo Santarosa, “a desrama também auxilia na obtenção de madeira de maior qualidade, pois evita a formação de nós na madeira, o que é bastante valorizado pelas serrarias, além de proporcionar maior entrada de luminosidade no sistema. Enquanto o desbaste, além de proporcionar renda antecipada da madeira pela colheita de parte das árvores e auxiliar no controle da intensidade de sombreamento, também ajuda na produção de toras de qualidade a longo prazo, pela diminuição da competição entre as árvores remanescentes.

Luiz Roberto Faganello, extensionista da Emater/PR, trabalhou o tema “manejo de pastagem” com os produtores rurais. “Se o produtor manejar a árvore corretamente, não tem problema com o pasto. Na medida certa, a sombra ajuda. No sistema silvipastoril, um contribui com o outro”. Análise e correção de solo, adubação na época correta, ponto certo de entrada e saída do gado na pastagem foram pontos tratados por Faganello. “Acertando estas questões, é sucesso na certa”, afirma.

Fonte: www.milkpoint.com.br

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